25 abril 2010

INTO THE WILD, Sean Penn (2007)
EUA . 148 min . IMDb

terça 27 abril às 18h30 (em ponto) | sala 260 | entrada livre

«O Lado Selvagem», de Sean Penn, é a quarta e a sua melhor longa-metragem como realizador. Partindo da adaptação do best seller "Into the Wild", de John Krakauer, Penn realiza um dos mais belos filmes dos últimos anos. Um registo naturalista e existencialista que confronta as audiências com uma interpretação do significado da vida nos tempos correntes.

O livro e o filme inspiram-se na jornada fantástica que Christopher McCandless iniciou em 1992, prolongando-a por dois anos, onde rasgou a pé e à boleia o coração dos Estados Unidos. Christopher abandonou tudo em seu redor para partir à procura da felicidade longe da vertigem civilizacional. O livro provocou grande impacto em Penn, que adquiriu os direitos e estabeleceu uma estreita relação com a família McCandless, fundamentais para a melhor interpretação deste épico humano. Sendo que é baseado em factos verídicos, as convicções chegam até nós inalteradas e carregadas de idealismo.

Christopher (Emily Hirsh) decide caminhar para o lado selvagem, ele percorre a Terra sem animais de estimação, dinheiro ou telefones; ambiciona a liberdade dos lugares virgens da impressão humana. A sua única companhia é feita pelos personagens dos livros que carrega consigo. É um extremista viajante, um Thoreau dos anos 90. A sua casa é a estrada. Até então era um jovem pronto a entrar na faculdade mas frustrado com os pais e consigo mesmo. Até que inicia uma batalha para matar o falso ser no seu interior. Momento crucial na história: o renascer de novo, a transformação de Christopher para Alex Supertramp. Plenamente emancipado da disfuncionalidade dos pais, interpretados por Wiliam Hurt e Marcia Gay Harden, dos excessos dos bens supérfluos, parte então à aventura.» Jorge Pinto in http://www.cinema2000.pt/ficha.php3?id=10248


19 abril 2010

Aviso

Por não se encontrar editado em Portugal, o filme de amanhã "Ikiru" será exibido com legendas em inglês.

18 abril 2010

viver, vivre, to live, leben, жить, ライブ, ikiru

IKIRU, Akira Kurosawa (1952)
Japão . 143 min . IMDb

terça 20 abril às 18h30 (em ponto) | sala 260 | entrada livre

«Muito embora Kurosawa seja principalmente conhecido pelos seus épicos sobre samurais (Os sete samurais e Yojimbo, o Invencível), os seus interesses não se resumem a sangue e entranhas – apesar de nenhum realizador ter explorado como o fez o cineasta japonês todas as potencialidades das imagens de violência no grande ecrã. Kurosawa é, acima de tudo, o maior humanista da sétima arte e Ikiru (viver) é prova cabal disso.

O filme conta-nos a história de Kenji Watanabe (Takashi Shimura, um dos actores predilectos de Kurosawa), um sarariman, ou seja, um assalariado ou burocrata de nível médio, cujo dia-a-dia é monótono e insatisfatório. O feito de que mais se orgulha é nunca ter faltado ao emprego durante os trinta anos em que trabalhou na secção do cidadão da Câmara Municipal. Kenji não se arrepende da mundanidade da sua existência simplesmente porque desconhece qualquer outra opção. Porém, tudo muda ao descobrir que tem um cancro e já não tem muito tempo de vida. Nos meses que lhe restam, Watanabe reconsidera as suas prioridades e realizações, e decide que nunca é tarde de mais para mudar o mundo. Todas as suas energias são canalizadas para a construção de um parque público – um pequeno gesto que, para Kenji e Kurosawa, carrega, contudo, grande significado.

Ikiru celebra a existência, apesar de o seu tema girar em redor da morte e do desgosto. Kurosawa, graças ao seu talento, mostra-nos como estes sentimentos não se contradizem, antes se completam, enquanto elementos do ciclo da vida. Na aldeia global e cínica dos nossos dias, a crença na importância das pequenas coisas, tal como é defendida pelo cineasta, não poderia ser mais tocante.»

in
"1001 filmes para ver antes de morrer".


15 abril 2010

14 abril 2010

4ª sessão :: Política | quinta às 18h


With malice toward none, with charity for all, with firmness in the right, as god gives us to see the right let us strive on to finish the work we are in.

Mr. Smith Goes to Washington (1939) de Frank Capra

Quinta, às 18h | sala 260
*apresentação a cargo de um professor da faculdade

12 abril 2010

1ª sessão :: África e o Terceiro Mundo | terça às 18h30

NOWHERE IN AFRICA | Nirgendwo in Afrika (2001)
de Caroline Link . Alemanha . 121 min .

SINOPSE: Antes da eclosão da II Guerra Mundial, uma família judia de origem alemã (Redlich), emigra para o Quénia para fugir ao terror Nazi, onde Walter (Merab Ninidze) anseia ocupar o lugar de administrador de uma quinta. A sua esposa Jettel (Juliane Kohler), habituada a grandes luxos e elegância, vai ter sérias dificuldades em se adaptar a esta nova vida. O mesmo não acontece com a filha Regina de 5 anos (Lea Kurka), que logo se encanta com a beleza natural de Africa e instintivamente se afeiçoa ao novo continente.
O casal encara mal a nova realidade, o que acaba por gerar problemas no seio familiar. Mas com o passar do tempo, Jettel vai sendo conquistada pela beleza e complexidade deste novo mundo. Será que os Redlich vão conseguir adaptar-se a esta nova realidade? Esta será, sem dúvida, a grande questão.

*

Sessão às 18h30 (pontualmente) | Sala 260 | Entrada Livre

A apresentação ficará a cargo da Associação GAS'ÁFRICA. Para mais informações sobre esta associação consultar o seu website


07 abril 2010

O cineclube apresenta na próxima semana


CICLO CINEMA E CIDADANIA


África . Ambiente . Direitos Humanos . Política

dias 13, 14 e 15 de Abril | sala 260 FEP | Entrada Livre


Terça dia 13 | ÁFRICA E O TERCEIRO MUNDO

18h30 :: Nowhere in África (2001) de Caroline Link
Óscar Melhor Filme Estrangeiro | IMDb | Trailer
*apresentação a cargo da Associação GAS'ÁFRICA

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Quarta dia 14 | AMBIENTE E DIREITOS HUMANOS

15h30 :: The Man who Planted Trees (1987) de Frédéric Back
Óscar Melhor Curta Animação | IMDb

16h :: The Times of Harvey Milk (1984) de Rob Epstein
Óscar Melhor Documentário | IMDb | Trailer

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Quinta dia 15 | POLÍTICA

18h :: Mr. Smith Goes to Washington (1939) de Frank Capra
Óscar Melhor Argumento Original | IMDb | Trailer
*apresentação a cargo de um professor da faculdade

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Este ciclo é promovido no âmbito da iniciativa MISSÃO CIDADANIA | SHAKING MINDS'10, organizada pela Secção de Intergração Académica e Profissional da FEP.

02 abril 2010

3ª Sessão | próxima terça :: 6 de Abril

Nas palavras de João Bénard da Costa, "este é um filme sagrado. É também - uma vez mais - um grande filme romântico. Esgotaram a imaginação a inventar-lhe parentescos. Leiam o Cesário, o do Sentimento de um Ocidental: “A dor humana busca os amplos horizontes / tem marés, de fel, como um sinistro mar”. É possível viajar por estas Recordações com o poema de Cesário como lâmpada de bolso. Quem se desorientar, orienta-se com ele. Para chegar ao mesmo verso e à mesma conclusão. O lençol de Dreyer e a sombra de Murnau. Meus filhos, são filmes destes que, pousando, vos trarão a nitidez às vidas. A todas as vidas."

Esperamos que nos agraciem com a vossa presença na primeira exibição de um filme português no Cineclube de Economia. A quem é que não faz falta alguma nitidez na vida?

Recordações da Casa Amarela (1989) de João César Monteiro | Leão de Prata no Festival de Veneza | Portugal, 122min

terça feira, 6 de Abril, pontualmente às 18H30, na sala 260

01 abril 2010

Bonecos e valores

Isto de se ter irmãos mais novos também tem as suas vantagens. Uma delas é podermos usar esse facto como desculpa para nos deliciarmos com os últimos filmes de animação sem acharem que sofremos do síndrome Peter Pan.
O cinema americano de animação sempre foi e continua a ser (obrigado Pixar, obrigado Dreamworks) extremamente fecundo em grandes obras nesse género particular. A atenção que mundialmente se dá aos bonecos de Hollywood é (grosso modo) bem devida pela reconhecida qualidade artística. Mais: pela reconhecida qualidade sociológica; desde Walt Disney até John Lasseter o tema das histórias destes filmes não se separa do ideal do sonho americano (que comanda a vida e todo o enredo), da afirmação individual contra a incompreensão social - o believe in yourself, do regresso às origens e aos verdadeiros (puros) valores americanos. Não são intenções condenáveis, não é essa a questão (bem pelo contrário, já que inspiram tão belas histórias); aliás, outros grandes produtores de animação, como a França e o Japão, com abordagens e a mensagens diametralmente diferentes produzem filmes tão bons ou melhores. O que é comum a todas as cinematografias é o facto dos filmes de animação serem o reflexo mais nítido dos valores socialmente aceites e tidos como desejáveis por um país ou por uma cultura; isto é, aqueles que se pretende inculcar à geração seguinte.
Estranho é, contudo, quando esses valores (sejam quais forem, não importa) interessam mais aos putos que aos graúdos. Aliás, nos filmes de "imagem real", a inércia de defender no ecrã o que quer que seja (o país, a diferença, a igualdade, o amor, o sexo, a promiscuidade, a própria inércia) é tão declarada e tão cool que, no máximo, o que nos chega às salas são filmes idealistas light, como convém à sensibilidade do espectador mediano.
"How to train your dragon" é o último filme da Dreamworks. Vão ver, vale a pena. A relação entre aqueles dois bonecos lá em cima, um humano e um mitológico é o mais forte do filme - isto é importante, é a definição do motor do filme a partir do qual tudo (desse para sublinhar também o faria) o resto deriva directa ou indirectamente. E da relação de companheirismo entre os dois temos o pódio para a verdadeira apologia de tudo o que escrevi em cima: a luta pela afirmação do indivíduo, da diferença, o gosto pelo desconhecido, a procura das raízes da sociedade... enfim, descubram o resto! E depois digam se o ideal-motor, a amizade, não fundamenta todos os outros.